O pepino do mar Holothuria grisea, é uma espécie nativa da costa brasileira, com distribuição desde a região nordeste ao sul do país, no litoral de Santa Catarina, estudos indicaram que a espécie ocorre com densidades de até 22 ind./m². Exercem um papel ecológico fundamental como detritívoros nos ecossistemas bentônicos. Apesar de não ser consumido localmente, vem sendo é alvo de extração ilegal devido à sua alta demanda no mercado asiático. Este cenário de exploração descontrolada acende um alerta para a necessidade de estudos que subsidiem a gestão, a conservação e o potencial cultivo da espécie. A biometria em pepinos-do-mar apresenta desafios devido à capacidade do organismo de se contrair, expandir e reter água sob estresse, o que compromete a precisão das medidas diretas de peso e comprimento. Neste contexto, os índices bidimensionais, como o comprimento estimado (Le), (Raiz quadrada de comprimento × largura) SLW e Àrea basal surgem como uma ferramenta para a obtenção de medidas biométricas mais precisas.
Este estudo teve como objetivo avaliar parâmetros morfométricos e relações corporais da espécie a partir de espécimes coletadas na costa de Santa Catarina, Brasil, em março de 2024. Foram amostrados 48 indivíduos manualmente durante a maré baixa na Armação do Itapocoroy, município da Penha (26°47.3882’S; 48°36.8194’W). Os animais apresentaram média de peso de 48,80 ± 15,84 g, comprimento de 10,40 ± 1,73 cm e largura de 2,80 ± 0,75 cm. Os resultados mostraram forte correlação positiva entre o comprimento observado e os índices SLW e Le (r = 0,9997) e um maior R², uma maior adequação da reta de dispersão na regressão entre o peso e o SLW, em comparação à regressão direta entre o peso e comprimento. Estes achados reforçam a importância de índices morfométricos como ferramentas eficazes para contribuir com o desenvolvimento de protocolos consistentes de biometria e manejo da espécie em contexto de cultivo e conservação.