O presente estudo teve como objetivo determinar a toxicidade aguda do nitrato em juvenis de miragaia. Para tal, 105 peixes (72 ± 15 g) e expostos por 96h as concentrações de nitrato (0 – controle, 50, 75, 100 e 200 mg N-NO3/L), em triplicata. Ao final do período experimental foram coletadas amostras de brânquias para análises histológicas. Amostras de brânquia e fígado foram coletadas para análises de estresse oxidativo.
A sobrevivência foi de 100% em todos os tratamentos. O nitrato afetou as brânquias dos peixes expostos a todas as concentrações de nitrato (Tabela 1). Além disso, os peixes expostos a 200 mg N- NO3/L de nitrato apresentaram menos lamelas normais quando comparados aos peixes dos tratamentos 50 e 75 mg N- NO3/L. Houve um aumento no percentual de lamelas afetadas por hiperplasia em todos os tratamentos quando comparados ao grupo controle. Nos peixes expostos a 200 mg N-NO3/L também houve aumento na frequência de lamelas hiperplásicas com relação aos expostos a 50 mg N-NO3/L (Tabela 1).
Os níveis de TBARS no fígado foram significativamente mais elevados nos peixes expostos a 75 mg N-NO3/L, quando comparados ao grupo controle. Os demais parâmetros de estresse oxidativo não apresentaram diferenças significativas entre os tratamentos (Figura 1).
A exposição a concentrações de nitrato, a partir de 50 N-NO3/L durante 96h, é capaz de induzir respostas a nível de estresse oxidativo, evidenciada pelo aumento de LPO no fígado, alteração no perfil leucocitário e danos branquiais. Recomenda-se que concentrações a partir de 50 N-NO3/L de nitrato sejam evitadas em sistema de cultivo da espécie.