Latin American & Caribbean Aquaculture 2025

October 7 - 9, 2025

Puerto Varas, Chile

EFEITO DA FREQUÊNCIA DE ALIMENTAÇÃO SOBRE O DESEMPENHO EM PESO E SOBREVIVÊNCIA DE PÓS-LARVAS DO CICLÍDEO ORNAMENTAL Amatitlania sp.

Raphael Nogueira Bahiense*, Camila Gomes de Oliveira, Leandro Santos Costa , Paula Adriane Perez Ribeiro.

 

*Departamento de Ciências Agrárias

Universidade Estadual de Montes Claros-Unimontes

Minas Gerais, Brasil

raphael.bahiense@unimontes.br



A frequência de alimentação exerce papel central no desempenho produtivo de peixes cultivados, influenciando diretamente o crescimento, a sobrevivência e o comportamento social dos animais. Esquemas alimentares equilibrados favorecem maior homogeneidade e reduzem comportamentos agressivos, que são frequentes em peixes ciclídeos.

O presente estudo avaliou o efeito de diferentes frequências de alimentação sobre o desempenho produtivo de pós-larvas d o peixe ornamental Amatitlania sp. O experimento foi conduzido no laboratório de nutrição e comportamento de organismos aquáticos da Universidade Federal de Minas Gerais (LAQUA-UFMG). Foram utilizadas 192 pós-larvas com cinco dias pós-eclosão, obtidas de desovas no próprio laboratório, apresentando peso médio inicial de 2,01 ± 0, 19 mg. Os animais foram distribuídos em 16 aquários de vidro (3L cada), em sistema de recirculação, durante 35 dias. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, composto por quatro tratamentos (frequência alimentar de 1, 2, 4 e 6 vezes ao dia) com quatro repetições, sendo cada unidade experimental composta por 12 pós-larvas. Os peixes foram alimentados com dieta comercial extrusada e triturada (46% PB; 3600 kcal kg⁻¹ ED). Foram avaliados parâmetros zootécnicos, incluindo peso final, ganho de peso, ganho de peso diário e sobrevivência. Os resultados mostraram que frequências de duas e quatro alimentações diárias proporcionaram os melhores índices de desempenho, com maiores valores de ganho de peso diário  (p<0,05). Animais alimentados apenas uma vez ao dia apresentaram menor peso final, enquanto aqueles submetidos a seis refeições diárias também tiveram desempenho inferior às frequências intermediárias (p<0,05). A sobrevivência não apresentou diferenças significativas entre os tratamentos, porém observou-se maior uniformidade e menor variação entre indivíduos nos grupos alimentados duas e quatro vezes ao dia.  Conclui-se que a frequência de duas a quatro alimentações diárias é a mais adequada para pós-larvas de Amatitlania sp., promovendo melhor desempenho produtivo, crescimento uniforme e aproveitamento alimentar, configurando-se como estratégia eficiente para sistemas de produção intensiva dessa espécie.