Na piscicultura, a alimentação dos peixes representa um dos maiores custos da produção. Desta forma, a utilização de ingredientes alternativos é uma possibilidade que vem sendo avaliada para reduzir esses custos, mas sem comprometer o desempenho zootécnico dos peixes. Portanto, o presente estudo teve por objetivo avaliar diferentes níveis de inclusão da folha de mandioca Manihot esculenta em dietas para tambaqui Colossoma macropomum. Foram distribuídos 360 juvenis de tambaqui em caixas de polietileno com volume útil de 300 L e em uma densidade de estocagem de 50 peixes/m³. Os peixes foram mantidos durante 60 dias em delineamento inteiramente casualizado, com quatro alimentações (tratamentos): ração comercial contendo 32% de proteína bruta – controle (C); ração artesanal com inclusão de 0% de farinha de folha de mandioca (M0); ração artesanal com inclusão de 12,5% de farinha de folha de mandioca (M12,5); ração artesanal com 25% de farinha de folha de mandioca (M25), com 6 repetições e totalizando 24 unidades experimentais (UE). Os tambaquis foram alimentados com taxa diária de alimentação igual a 3 % da biomassa de peixes de cada UE, dividida em 3 horários por dia e sendo ajustadas pelas biometrias em intervalos de 10 dias. Após 60 dias do fornecimento das dietas experimentais, foram avaliados os parâmetros de qualidade de água, desempenho zootécnico e índices víscerossomáticos. Os dados foram submetidos à ANOVA e teste post hoc de Tukey ou Kruskall-Wallis, a nível de significância de 5%. Diferenças foram observadas nas variáveis de qualidade da água, revelando que o uso da farinha de mandioca contribuiu para a redução das concentrações de amônia, nitrito e nitrato. Em relação ao desempenho zootécnico, a inclusão de até 12,5% de farinha de folha de mandioca não comprometeu o desempenho dos peixes, com ganho de peso e produtividade dos tambaquis semelhantes aos alimentados com a ração comercial (Tabela 1). Os índices víscerossomáticos dos peixes também apresentaram alterações conforme ocorreu o aumento da inclusão da farinha de mandioca (p<0,05).
Conclui-se que a inclusão de até 12,5% da folha de mandioca é considerada viável para a alimentação de juvenis de C. macropomum, sem impactar significativamente o desempenho zootécnico e a composição corporal dos peixes.
Apoio: CNPq (Pro-Amazônia) e Finep.