Latin American & Caribbean Aquaculture 2019

November 19 - 22, 2019

San Jose, Costa Rica

MONITORAMENTO DE LARVAS DE Limnoperna fortunei EM PISCICULTURA NO SISTEMA DE TANQUES-REDE

Daercy Maria Monteiro de Rezende Ayroza*, Marina Ballaminut Andrade, Lilian Paula Faria Pereira .
*Instituto de Pesca
Av. Francisco Matarazzo, 455 - Água Branca, São Paulo - SP, 05001-900. Brasil.
daercy@pesca.sp.gov.br
 

O mexilhão-dourado, Limnoperna fortunei , originário do sudeste asiático, possui características de espécie invasora de sucesso e foi introduzido na América do Sul na década de 1990. A partir dos rios Paraná e Paraguai  o molusco se disseminou rapidamente nas regiões sul e sudeste do Brasil e já alcançou a região nordeste do país. Dado que espécies invasoras afetam a biodiversidade e as atividades econômicas, informações sobre aspectos biológicos são importantes para subsidiar estratégias de controle e mitigação das bioinvasões. Desta forma, objetivou-se a identificação de picos de reprodução de L. fortunei, por meio da determinação da densidade de larvas valvadas em diferentes estágios (tipo D ou véliger de charneira reta, umbonada e plantígrada), presentes na coluna d'água de uma piscicultura localizada no reservatório Chavantes, rio Paranapanema (SP/PR).

Entre agosto de 2018 e janeiro de 2019, mensalmente, foram coletadas amostras de plâncton, com bomba submersível (1000 L ) e rede com 40 μm de abertura da malha, em três pontos amostrais (P1, P2 e P3) na profundidade de 1,0 m . No ponto central (P1) também foram realizadas amostragens nas profundidades de 2,5 m e 5,0 m . As amostras foram preservadas com formol a 4% e encaminhadas para processamento na Unidade Laboratorial de Referência em Limnologia (ULRL) do Instituto de Pesca, em São Paulo. As amostras foram homogeneizadas e subamostras de 1 mL foram transferidas para uma câmara de Sedgwick-Rafter para observação em microscópio estereoscópico (EK4.2SB/ST - 80X). A contagem e a identificação das larvas foram realizadas de acordo com Cataldo et al. (2005).

A densidade de larvas foi menor em agosto, provável final do período de descanso reprodutivo, e maior em novembro, indicando que nesse último mês houve um pico reprodutivo , o que pode ser observado na Tabela 1, na qual também está demonstrada a  maior  proporção de larvas do tipo D .

No ponto central, a  densidade de larvas foi maior na profundidade de 1,0 m , a exceção dos meses de dezembro e janeiro,  quando  a densidade  foi maior  à 5,0 e 2,5 m , respectivamente (Figura 1).  O monitoramento foi eficiente para identificar o nível de infestação e o ciclo reprodutivo do L. fortunei. Larvas D e profundidade de 1,0m podem ser utilizadas para esse fim.

Financiadora do estudo: Bio Bureau Biotecnologia.